Biotecnologia

"Biotecnologia define-se pelo uso de conhecimentos sobre os processos biológicos e sobre as propriedades dos seres vivos, com o fim de resolver problemas e criar produtos de utilidade."

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Biotecnologia no diagnóstico pré-natal de doenças

Recorrendo à biotecnologia, pode fazer-se o diagnóstico pré-natal de doenças, através de processos como:

• ULTRA-SONOGRAFIA
Técnica de diagnóstico baseada em imagens, que utiliza ultra-sons para visualizar músculos e órgãos internos, o seu tamanho, a sua estrutura e possíveis patologias ou lesões.




• AMNIOCENTESE.
Este processo consiste na obtenção de células descamadas do feto, da placenta e do saco amniótico, de forma a poder fazer-se a cultura dessas células e realizar diversas análises. A partir daqui pode estabelecer-se o cariótipo da criança. Através da observação do cariótipo, podem detectar-se possíveis anomalias. Apesar disso, é bom recordar que a amniocentese não permite diagnosticar todas as doenças hereditárias.
Este processo é realizado com o auxílio de uma agulha longa que perfura as paredes abdominais para recolher o líquido amniótico. O exame demora apenas alguns minutos e é acompanhado por uma ecografia destinada a seguir o trajecto da agulha e evitar que o feto seja atingido.

Biotecnologia na reprodução humana medicamente assistida

O desenvolvimento da biotecnologia na reprodução humana medicamente assistida tem permitido definir novas estratégias no sentido de desenvolver o conhecimento nesta área, bem como disponibilizar novas possibilidades de diagnóstico e tratamento de um problema que actualmente afecta muitos casais: a infertilidade. Apresentamos as tecnologias mais comuns que hoje em dia se podem utilizar nesta área.
• Inseminação Artificial Intra-Uterina;
• Fertilização In Vitro (FIV);
• Microinjecção Intracitoplasmática de Espermatozóides (ICSI);
• Criobiologia na reprodução humana (criopreservação de embriões, espermatozóides e tecido ovárico).

Transplantação - Algumas curiosidades



AS DOAÇÕES À VOLTA DO MUNDO

• Na Espanha, num espaço de cinco anos, a taxa de doadores passou de 14% para 25%e representa um dos mais bem sucedidos modelos legais do mundo;
• Na Argentina, Canadá e Cuba, os cidadãos transportam cartões que os identificam como doadores voluntários;
• No México, é necessário fazer um testamento registado para poder doar órgãos;
• No Peru, a doação é automática para corpos falecidos em hospitais;
• Na Bolívia, a doação de órgãos é automática em todos os casos de corpos destinados à cremação ou embalsamados;
• Na maior parte dos países, se o paciente quiser doar os seus órgãos depois de falecer, tem de registar o seu desejo de doação;
• Na Áustria, a pessoa deve registar (em vida) que não quer ser doador de órgãos, caso contrário, estes são doados, mesmo sem o consentimento da família;
• Na Bélgica e na Itália, o paciente é um dador presumido caso não registe desejo contrário no documento de identificação. Depois de morto, os órgãos só são utilizados para transplante com autorização da família.

PORTUGAL E A TRANSPLANTAÇÃO

• Desde 2008, Portugal ocupa o 1º lugar no mundo da realização de transplantes de fígado;
• Desde 2008, Portugal ascendeu ao 2º lugar na Europa e no Mundo na colheita de órgãos por milhão de habitantes.

PRAZOS DE TRANSPLANTAÇÃO

• CÓRNEAS: Podem ser retiradas até seis horas após a morte cardiorespiratória do doador e devem ser transplantadas em 7 dias;
• CORAÇÃO: Retirado após a morte cerebral do doador e tem de ser transplantado em 4 horas;
• PULMÕES: Retirados após a morte cerebral do doador e têm de ser transplantados em 4 horas;
• RINS: Retirados após a morte cerebral do doador e devem ser transplantados entre 24 e 48 horas;
• PÂNCREAS: Retirado após a morte cerebral do doador e tem de ser transplantado em 12 horas;
• FÍGADO: Retirado após a morte cerebral do doador e tem de ser transplantado em 12 horas;
• OSSOS: Devem ser retirados após a morte cardiorespiratória do doador e podem ser transplantados até, no máximo, seis meses.

Biotecnologia e a transplantação



“Um transplante é a transferência de células, tecidos ou órgãos vivos de um indivíduo (doador) para outro (receptor) ou de uma parte do corpo para outra (p.ex., enxertos de pele), com o objectivo de restaurar uma função perdida.”

Com a evolução da Medicina e da Tecnologia é possível, hoje em dia, restaurar a qualidade de vida, dentro do possível, das pessoas que sofrem de doenças crónicas. Estas doenças, que levam à morte a médio/longo prazo, têm como solução o transplante de órgãos.

O transplante de órgãos é apresentado como uma alternativa para eliminar a doença, recuperar a qualidade de vida e a longevidade do homem.

Mas o transplante de órgãos não é acessível a toda a gente. Uma das principais razões é a escassez de órgãos e a compatibilidade entre o dador e o receptor.
Os órgãos ou células que serão transplantados são recolhidos de dadores vivos, mortos ou do próprio doente. Assim, podemos dividir os transplantes em dois tipos:
• Alotransplantes, onde a transferência ocorre entre indivíduos diferentes;
• Autotransplantes, onde a transferência ocorre de um local para outro, do mesmo indivíduo.

Os transplantes serão definitivamente consagrados quando os laboratórios produzirem em larga escala células embrionárias para enxertos de órgãos doentes, assim como matéria - prima para a construção de órgãos inteiros. Esta já não é uma realidade muito distante, devido aos avanços que se têm observado a nível da biotecnologia.

PORQUE É QUE OS TRANSPLAMTES SÃO TÃO COMPLEXOS?

O nosso organismo possui, na superfície de todas as células, proteínas específicas chamadas antigénios, que são responsáveis por conferir às celulas “identificação bioquimicamente única” e que são reconhecidas pelo sistema imunitário. Se o sistema imunitário reconhecer esses antigénios como estranhos, vai desencadear uma resposta imunitária específica.

Daqui podemos concluir porque motivo é necessária tanta afinidade nos transplantes: caso o material biológico transplantado seja reconhecido como estranho, o sistema imunitário vai combatê-lo, levando à morte dos doentes.

Com a ajuda da biotecnologia é possível ajudar a que os transplantes tenham mais sucesso. Para isso, são administradas substâncias imunosupressoras, que enfraquecem o sistema imunitário.

Biotecnologia nos testes de paternidade



Com a evolução da biotecnologia, hoje em dia podem ser feitos vários processos de identificação genética como, por exemplo, os testes de paternidade, onde a Biologia se alia com a Tecnologia.

Através da biotecnologia é possível manipular os fragmentos de DNA, através das técnicas do DNA recombinante (rDNA) e do DNA complementar (cDNA), sendo também utilizadas técnicas como o PCR e a electroforese.

O procedimento para a realização de um teste de paternidade é o seguinte:
1º Recolhe-se material genético dos intervenientes (suposto pai, filho e mãe);
2º Do material genético recolhido, são cortados fragmentos específicos de DNA, utilizando-se enzimas de restrição;
3º Utiliza-se a electroforese, onde os fragmentos de DNA são expostos à acção de um campo eléctrico, migrando no gel segundo o seu peso molecular;
4º Através da técnica de DNA fingerprinting podemos comparar as bandas formadas, com o objectivo de encontrar semelhanças entre os intervenientes.




Interferão



O interferão é produzido pelas células do organismo para o defender de agentes externos, como vírus, bactérias e células de tumores.

Os interferões induzem um estado de resistência antiviral em células não infectadas. O vírus, ao replicar-se, vai activar o gene codificante do interferão. Após a síntese proteica, a proteína sai da célula e entra na corrente sanguínea, até chegar às células vizinhas que ainda não foram atacadas. A proteína liga-se à membrana celular dessas células e activa o gene codificante de proteínas antivirais. Estas proteínas, por sua vez, vão impedir a replicação do vírus, quando este tentar replicar-se nessas células.

São também utilizados para tratar condições como a esclerose múltipla, cancro, hepatite C e leucemia.

Factor VIII anti-hemofílico humano



O factor VIII anti-hemofílico é um factor de coagulação essencial. A falta do factor VIII normal causa a hemofilia, por deficiência da via intrínseca de coagulação, uma doença que causa hemorragias.

O factor VIII concentrado do plasma sanguíneo doado, ou o factor VIII recombinante, podem ser dados aos hemofílicos para restaurar a sua hemostasia. A transferência dos produtos do plasma sanguíneo para a corrente sanguínea de um paciente com hemofilia, frequentemente ocasionou a transmissão de doenças como a Sida e a hepatite, antes de os métodos de purificação terem sido melhorados. Então, as companhias farmacêuticas começaram a produzir produtos com o factor sintético recombinante, o que actualmente previne praticamente todas as formas de transmissão de doenças durante o tratamento de reposição do factor.

Hormona de Crescimento



A hormona de crescimento é uma hormona sintetizada pela glândula da hipófise anterior. Esta hormona, como o próprio nome indica, estimula o crescimento e a reprodução celulares.

Alguns dos seus principais e conhecidos efeitos nos tecidos são:

• Aumento da síntese proteica - isso acontece porque esta hormona aumenta o transporte de aminoácidos através da membrana celular, aumenta a formação de RNA e aumenta o número de ribossomas no interior das células. Tudo isso proporciona melhores condições para que as células sintetizem mais proteínas;
• Menor utilização de glicose pelas células para a produção de energia – promove um efeito poupado de glicose no organismo;
• Aumento da utilização de gordura pelas células para a produção de energia - ocorre, também, uma maior mobilização de ácidos gordos dos tecidos adiposos para que os mesmos sejam utilizados pelas células. Uma consequência disto é a redução dos depósitos de gordura nos tecidos adiposos.

Devido aos efeitos acima citados, observa-se um importante aumento na quantidade de proteínas nos nossos tecidos. Em consequência do aumento das proteínas no interior das células, estas aumentam em volume e em número. Portanto, observamos um aumento no tamanho de quase todos os tecidos e órgãos do nosso corpo.
Quando o organismo apresenta atrasos de crescimento, que se podem dever a inúmeros factores, a hormona é administrada para que o organismo em causa atinja rapidamente a estatura considerada normal.

Insulina



A insulina é uma proteína responsável pela redução da taxa de glicose no sangue.

É produzida nas células do pâncreas e actua em grande parte das células do organismo, como as células presentes nos músculos, apesar de não agir em células particulares, como as células nervosas. Quando o organismo não consegue, por si só, produzir esta hormona, pode sintetizar-se em laboratório através de técnicas de DNA recombinante, uma vez que quando a produção de insulina é deficiente, a glicose acumula-se no sangue e na urina, originando a diabetes.

É por este motivo que esta hormona é usada no tratamento desta doença.

Bioconversão



A bioconversão (ou biotransformação) refere-se a um conjunto de processos através dos quais microrganismos convertem determinados compostos noutros produtos com estruturas semelhantes.

Através deste processo é possível produzir inúmeras substâncias com valor terapêutico, tais como: esteróides, antibióticos, vitamina C, entre outros.
Este tipo de substâncias produzidas por bioconversão apresenta inúmeras vantagens, sendo algumas delas: maior espectro de acção, por exemplo, por parte de antibióticos e redução das reacções alérgicas.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O que é a Biotecnologia?

A Biotecnologia consiste na manipulação de organismos, células ou moléculas biológicas que possam ter aplicações específicas. Esta tecnologia implica a modificação directa do genoma dos organismos, pois são introduzidos intencionalmente fragmentos de DNA que possuem uma determinada função pretendida. Sendo assim, por meio da Engenharia Genética, o gene que contém a informação para a síntese de uma determinada proteína pode ser transferido para outro organismo que então produzirá grandes quantidades dessa substância.